Entrevista do Davy Farias a Fabíola Beltrão

Hoje conheceremos um pouco do dia a dia de Davy Farias, que está a frente de uma agência de modelos; a Agência Models Big Face, em Cajazeiras, entenderemos melhor sobre o que Scouter (olheiro) procura em um possível candidato a modelo e ainda um pouco sobre esse universo que gira em torno do mercado de modelos nacional e internacional, ou seja, dificuldades, caches e etc. Vamos conferir?

1 – Como é está a frente de uma agência de modelos?

É um mérito muito bom estar a frente da Agência Models Big Face. Digo isso, porque a modelagem hoje é bastante rica, rica no sentido de ideias e criações. Hoje no Brasil a moda vem ganhando uma boa visibilidade, o que acontece há tempos “lá fora”, aumentando assim as oportunidades para os modelos e new faces, e consequentemente, para nós que trabalhamos em Agências. Por isso, procuramos inovar sempre, tanto nos trabalhos realizados aos nossos clientes, quanto nas seleções e entrevistas de candidatos que sonham ser modelos reconhecidos, não só no Brasil como no mundo.

2- Quais são as maiores dificuldades para quem almeja seguir a carreira de modelo aqui na Paraíba?

O mercado da Moda na Paraíba tem crescido muito,  e com o crescimento a competitividade aumentou também, mesmo com poucas agências de modelos no estado, sabemos que os trabalhos ainda são muito pouco. O público que vê os modelos desfilando nas passarelas podem achar que eles já estão bem de vida e com o futuro garantido, mas isso é mero engano. A profissão de modelar é altamente competitiva! Competência não é algo que “a gente tem e pronto”! Não! É algo a ser desenvolvido e trabalhado, tudo isso vem ao longo da carreira. Nós estamos acostumados a ouvir hoje que para se tornar modelo é preciso ser alta(o) e bonita(o) com proporções perfeitas. Isso é realmente verdade, mais nisso tudo o mais importante mesmo e a humildade de a cada dia aprender mais e mais, de melhorar sempre!

Dia de Cuidados com a Pele – Mary Key

 3 – Como é o trabalho de um Scouter (olheiro) ? O que exatamente ele procura em um possível menino (a) que poderá seguir a carreira de modelo? 

O Scouter ou “olheiro” como é mais conhecido, é responsável por descobrir novos modelos. O trabalho é feito de diversas formas: na rua, nos colégios de 1° e 2° grau, em locais de grande movimentação de pedestres, em Shoppings e etc. Procuro pessoas que apresentam uma boa aparência, que tenha um porte físico bacana, altura e uma postura apropriada para Modelo Fashion.

Entrevistas dos Candidatos Selecionados 2012

4 – Qual é a principal diferença entre o mercado de modelo internacional e aqui no Brasil? 

A principal diferença entre os dois, é que o mercado de modelo internacional é mais lucrativo do que a do Brasil, os trabalhos feitos “lá fora” não saem por menos de US$ 2.000 dólares, podemos citar até um exemplo da TOP Gisele Bündchen, que hoje mora nos USA,  e é a modelo mais bem paga do mundo.  Se ela hoje tivesse trabalhando apenas no Brasil, não teria na sua conta US$ 158 milhões, até porque aqui no Brasil os cachês são bem menores, se comparados com o mercado internacional. 

5 – Que conselho você daria para àquelas pessoas que almejam seguir a carreira de modelo?

Aos que desejam ingressar na carreira de Modelo Fashion, trabalhando com campanhas, desfiles e etc. O ideal para as meninas é que seja magra e que tenha uma altura minima de 1,75. E para os meninos uma altura de 1,80 com físico bacana. Mas, você não pode ser apenas bonito, tem que se cuidar, ou seja, pele, cabelos saudáveis, corpo modelado, dentes bem cuidados, e um ótimo visual. Tudo isso, mas sem muito exagero! Use roupas que valorizem seu corpo, sem parecer vulgar. Lembre-se ao procurar uma agência de modelos, vá com uma leve maquiagem para que os profissionais responsáveis pela seleção possam analisá-la(o) como você realmente é. Chegue aos seus compromissos com pelo menos 15 minutos de antecedência. Tenha paciência para ser atendida(o) em um teste ou entrevista.

Entrevistas dos Candidatos Selecionados 2012

Não foi a toa que escolhi fazer essa entrevista com Davy Farias, acompanho o trabalho dele e sei que é sério. Dedicado ao mercado de moda, esse “menino”, com tantas responsabilidades, responsabilidade de “gente grande” resolveu dar oportunidades a meninos e meninas que sonham ingressar em um mercado cruel e cheio de altos e baixos, como qualquer um outro hoje em dia, sobretudo, o de moda, não é verdade?  Davy é um sonhador, sonha e acredita em uma melhoraria no nosso mercado de moda paraibano, e é com esse sentimento de esperança que devemos alimentar e motivar os nossos dias. 

A moda na Paraíba tem crescido sim, mas ainda está precisando de muitos profissionais, incentivo e de pessoas que acreditem, assim como eu, que vos escrevo, Davy e outros profissionais da área que conheço, são poucos infelizmente, contam-se nos dedos, em um amanhã melhor para a moda no Brasil. Conheço poucas pessoas que se esforçam de verdade, que estudam, se especializam, procuram melhorar a cada dia, isso sim, está escasso. As vezes injustiças acontecem, pessoas que não são profissionais em uma determinada área, ocupam lugares de destaque, muita vezes não por serem qualificados, mas sim, porque tem “conhecimento”. Isso é uma prática que nunca irá mudar. Mas, acredito que quem é bom de verdade, tem o seu lugar guardado. 

A moda brasileira tem começado a atingir o cenário internacional e tem se destaco, todavia, é importante lutar a cada dia incessantemente.  No Brasil, infelizmente, apesar da luta de alguns, ainda precisa melhorar muito, no que tange a ideia de mercado da moda, principalmente, na industria têxtil, em apoio governamental e na crença da própria população brasileira, que ao invés de acreditar e apostar nos profissionais nacionais, estendo isso princialmente para a área de estilismo, tendem a cada vez mais comprarem peças importadas. Se não acreditamos nunca no que é nosso, a situação nunca irá melhorar.  

Mas é uma luta diária, constante, luta pela qual resolvi travar uma guerra, desde os meus 15 anos de idade, quando decidi que o que eu queria era estar inserida nesse meio misturado entre vaidades, soberbas e seriedade de poucos. Luto pelo o que eu quero e acredito em uma ação conjunta nessa luta de levar a moda brasileira para frente, sobretudo, paraibana. Enquanto essa briga de egos que existe em toda área, sobretudo, na de moda, não acabar, nunca conseguiremos nos unir e levamos adiante o que é nosso.

Agradeço a Davy Farias pela participação. Querido, Davy, continue na luta até vencer a guerra. 

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